"Mapeamento Colaborativo" e "Informações Geográficas Voluntárias"
Posted by smaprs on 25 November 2018 in Portuguese (Português).Breves reflexões sobre os conceitos de
“Mapeamento Colaborativo” [1] e
“Informações Geográficas Voluntárias”(VGI) [2]
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Collaborative_mapping
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapeamento_colaborativo
[2] https://en.wikipedia.org/wiki/Volunteered_geographic_information
https://es.wikipedia.org/wiki/Informaci%C3%B3n_Geogr%C3%A1fica_Voluntaria
(não tem wiki em português)
Bem resumidamente:
Diferenças:
O “Mapeamento Colaborativo” é a atividade de construir mapas, as bases de dados geográficos para uma cartografia básica.
Sendo mapeamento, envolve desenho, construção de “geometrias”: pontos, linhas, áreas.
Sobre estas bases “cartográficas” podem ser inseridas “Informações Geográficas Voluntárias” (como “tags” específicas, etc).
VGI pode ser entendida como “qualquer informação” voluntariamente (=gratuitamente) fornecida, referenciada geograficamente:
exemplo: elemento=área + evento=enchente + data=*; etc.
VGI necessita portanto de uma base cartográfica, como interface humanizada, com objetos geográficos elementares, para ser interpretada.
Semelhanças:
Ambos são “Conteúdo Gerado pelo Usuário” (UGC)
https://en.wikipedia.org/wiki/User-generated_content
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conte%C3%BAdo_gerado_pelo_usu%C3%A1rio (2008)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conte%C3%BAdo_Gerado_pelo_Utilizador (2014)
(aqui tem uma duplicação de artigo da wikipedia-pt)
Ambos geram informações preciosas. Valem muito.
O seu valor depende da sua “precisão” e “confiabilidade”.
A precisão depende do que exige o “uso” a que é destinada.
A confiabilidade pode ser expressa pela expectativa (estatística, proporção) de elementos verdadeiros, para o uso que lhes solicita.
A precisão dos dados geométricos gerados por um particular com interesse local, como em um levantamento topográfico de um terreno feita pelo proprietário, com conhecimento dos meandros do local e seu entorno, é na grande maioria das vezes maior do que a precisão dos dados gerados por órgãos públicos, como em levantamento cadastral para fins de planejamento urbano e/ou tributação territorial (IPTU). Pela própria escala de enfoque, a resolução tende sempre a ser maior quanto menor e mais local for o enfoque.
Sendo o mapeamento colaborativo uma “atividade” de construção, com resultado de caráter prático -
neste caso construção de informações gráficas, através de desenhos -
poderia ser comparado a construir um prédio, tijolo por tijolo. É um “trabalho”, com resultado prático concreto.
Ainda que em permanente aprimoramento e crescimento, não estático.
Por serem representações da realidade, que é dinâmica, mapas em geral não são estáticos.
O resultado do trabalho de mapeamento colaborativo e inserção de VGI tem muito valor, e pouquíssimo ou nenhum custo. Como um mutirão.
Permite ainda produzir trabalhos derivados, inúmeras interações, projeções, planejamentos e execuções de atividades, etc,
sobre dados que outros forneceram.
Pelo grande valor que possuem, ambas atividades, “Mapeamento Colaborativo” e aporte de “Informações Geográficas Voluntárias”(VGI)
também podem ser eventualmente interpretadas como “mão de obra barata” para ambientes “proprietários” [https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapeamento_colaborativo#Compara%C3%A7%C3%A3o_entre_mapas_colaborativos].
Neste sentido, o resultado do trabalho de ambas pode pertencer
a um único proprietário particular (pessoa física ou jurídica), que neste caso recebe de graça o trabalho de outros,
e livre para cobrar para que os mesmos colaboradores usem o mapa que construíram;
ou pode pertencer à mesma comunidade de colaboradores, permitindo que esta comunidade se beneficie do mapa sem custo algum,
e ainda sem discriminação de pessoas, de modo que mesmo quem não colaborou na construção do mapa possa usá-lo.
Em ambos os casos, o produto do trabalho não deixa de ser uma propriedade.
A diferença está em ser: ou uma propriedade exclusiva; ou uma propriedade compartilhada e diluída.
Certamente há mais ainda para refletir sobre a compreensão dos conceitos.
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