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Introdução

A motivação da qual me levou a escrever este “pequeno testamento” foi a inexistência de uma definição clara e imediata do uso da etiqueta network no contexto de transportes público, sobretudo no que toca ao autocarro.

O estado atual

Wiki

Na página wiki Key:network, como se trata de um termo “banda-larga” em que é usado em diversos áreas e contextos, na explicação do seu uso em transportes públicos perde-se um pouco das suas especificadades da sua aplicação em alguns contextos, em particular no de rotas de autocarros. Nesta página, o termo network é definido de forma vaga e como tal, na definição usada, uma rede de transportes públicos pode significar:

  • a rede de operação de uma empresa de transporte público ou o aglomerado de várias (o que é similar a operator=*) ;
  • a abragência geográfica (e.g. antigo sistema de coroas que existia em Lisboa até Abril de 2019);
  • um sistema de bilhética.

Uma vez que existe ambiguidade nesta definição, a qual também se encontra na página wiki dedicada aos Transportes Públicos, uma primeira leitura mais superficial indicaria que cabe a cada comunidade escolher o que significa a etiqueta para cada dado contexto.

No entanto, ao aprofundar-mos a nossa pesquisa e lermos a secção relativa às relações network da página wiki Buses , sendo estas relações então aplicadas no âmbito de transporte público rodoviário, temos uma explicação melhor e mais precisa do que esta etiqueta pretende formular neste assunto. Citando a página:

A network relation can be used to link each member of a network together. The network relation represents existing networks (i.e. a common fare system) . Network relations can be hard to work with, and have therefore been deprecated in some places (for example Germany). Using network=* on each bus route and route master relation is preferred over network relations.

Ora esta explicação fala num sistema de bilhética comum, que no contexto da AML e, com alguma extensão, do distritito de Lisboa, este sistema pode ser encarado como o que é oferecido pelos passes intermodais Lisboa VIVA / Navegante, nomeadamente os títulos Navegante Municipal e Navegante Metropolitano.

Uma Proposta

Formulação

No link mencionado no final da secção anterior temos as várias modalidades de passe Navegante, das quais se configuram em duas categorias:

  1. Os usuais: Navegante Municipal; Navegante Metropolitano
  2. Caracter Social: Navegante 12; Navegante +65; Navegante Família; Navegante Municipal Família.

Para o efeito de etiquetagem, optando pela simplicidade, só interessar-nos-á a primeira categoria uma vez que os passes da segunda são apenas variantes dos da primeira onde diferem apenas no preço.

Aponta-se também que a proposta que será de seguida definida poderá ser extendida para outras Comunidades Intermunicipais, algo que será explorado nos exemplos nas secções mais posteriores.

Em paragens/estações

Seja uma paragem que se encontre na AML, no território de um munícipio X desta. De imediato, por se encontrar dentro da AML, vem que um dos valores para network vai ser Navegante Metropolitano .

No que toca aos Navegantes Municipais, há algumas subtilezas a ter em conta, especialmente quando se fala de paragens que integrem rotas de carreiras suburbanas que partam de Lisboa. Este facto é relevante pois são aplicadas restrições às operadoras destas carreiras para que não façam saídas e/ou entradas em Lisboa ao sair e/ou entrar em Lisboa, respetivamente. Este mesmo facto é mencionado no local das paragens onde costuma estar escrito “Apenas Entradas” ou “Apenas Saídas”, respetivamente.

Portanto, ao partir de uma paragem caso seja possível apanhar um meio de transporte que pare no mesmo município X donde se partiu, então podemos adicionar o valor Navegante X à etiqueta.

Exemplificando: digamos que se apanha numa paragem de entradas apenas no Lumiar (portanto Município de Lisboa) em que todos os autocarros que operem essa mesma paragem só parem a seguir para sair nos concelhos vizinhos (Odivelas ou Loures). Assim, a paragem não terá a etiqueta com o valor Navegante Lisboa pois não é possível sair na paragem e não é possível entrar na paragem sem depois sair fora do Município de Lisboa.

Em Rotas

Seja uma carreira que se encontre na AML. Aplicando o mesmo princípio de entrada e saída no mesmo município explicado acima associamos os mesmo valores que seriam aplicados a paragens. No contexto de rotas teremos de ver se, dentro do que as mesmas abrangem, é possível entrar e sair com um passe Navegante associado.

Para alguns exemplos deste esquema, ver secção “Mais exemplos”.

Justificação

Usar o sistema de passes como base da etiqueta network=* é mais informativo e útil face ao uso de network=Carris Metropolitana, uma vez que vão haver (assumindo que o sistema de passes se mantiver) algumas descrepâncias entre a rede de operação da Carris Metropolitana e a abragência dos passes, em particular do passe mais geral, o Navegante Metropolitano. Essa questão é ilustrada, para ser mais específico, nas carreiras interregionais em que cuja operação será eventualmente assegurada pela Carris Metropolitana (ler secção “A Grande Lisboa em Lotes” e competências delegadas na AML ) mas que não se inserem (pelo menos parcialmente) no quadro dos passes supramencionados. Exemplos de algumas carreiras deste género são:

Um outro ponto a favor desta abordagem é que não só permitiria incluir outros modos de transporte coletivo de passageiros que são também abrangidos por estes passes (tais como comboio e barco) como também permitiria uma melhor claridade e diferenciação das outras “redes” de transporte que têm uma tipologia diferente das previamente mencionadas. Alguns exemplos concretos seriam o transporte turístico (e.g. Yellow Bus Tours) e os autocarros de longo curso (e.g. Rede Expresso e Flixbus).

De se notar que estas duas abordagens entram em conflito uma com a outra dado que usufruem da mesma etiqueta com interpretações diferentes desta (i.e. network enquanto rede de operação vs network enquanto sistema de bilhética). Como tal, será impossível de fazer menção a estes dois usos através da mesma etiqueta. Desse modo, para garantir a menção da Carris Metropolitana na base de dados do OSM, sugiro o uso da etiqueta brand=Carris Metropolina para resolver esta problemática. Não obstante, faço os seguintes pontos: a) não seria possível usar a chave brand para um sistema de bilhética; b) esta abordagem é conforme com o que a própria entidade afirma ser (ler Perguntas Frequentes#O que é a Carris Metropolitana?).

Mais exemplos

Pretende-se então ilustrar em casos concretos, com exemplos mapeados e não mapeados, de como seria efectuada a etiquetagem caso fosse aplicado o esquema proposto.

  1. Rodoviaria de Lisboa, Carreira 362
    • operator=Rodoviária de Lisboa
    • network=Navegante Loures; Navegante Metropolitano
  2. Carris, Carreira 736
    • operator=Carris
    • network=Navegante Lisboa; Navegante Odivelas; Navegante Metropolitano
  3. Mafrense, Carreira 209
    • operator=Mafrense
    • network=Navegante Mafra;Navegante Metropolitano
  4. Lisboa Transportes, Carreira 128
    • operator=Lisboa Transportes
    • network=Navegante Amadora; Navegante Metropolitano
  5. Barraqueiro do Oeste, Carreira 701 (não mapeado)
    • operator=Barraqueiro do Oeste
    • network=Navegante Mafra; Navegante Metropolitano; Passe Linha Torres Vedras; Passe Linha CIMO
  6. Rodoviária de Lisboa, Carreira 331
    • operator=Rodoviária de Lisboa
    • network=Navegante Loures; Navegante Odivelas; Navegante Metropolitano

Notas e detalhes técnicos

  • Quando a Carris Metropolitana eventualmente for encetar as suas funções bastariam as seguintes alterações: a) substituir no valor da chave operator as operadoras anteriores pelas que começarão a sua explorarão nos lotes designados (ver acima para mais informações); b) adicionar a etiqueta brand=Carris Metropolitana .
  • Nos exemplos acima, algums do exemplos apresentam carreiras que partem de/terminam em Lisboa mas que no entanto não estão integradas na rede Navegante Lisboa devido ao facto de serem carreiras suburbanas em que o passageiro não pode entrar e sair dentro da zona Lisboa, i.e. não se pode circular exclusivamente em Lisboa. Isto pode acontecer porque: a) só a paragem terminal é que se encontra em Lisboa e todas as restantes se encontram fora desta; b) as paragens à saída de Lisboa são de “entradas apenas” e à entrada de Lisboa são de “saídas apenas”.
  • Similarmente à AML, algumas das Comunidades Intermunicipais que rodeiam a mesma introduziram passes intermodais dentro das suas regiões, como é o caso da OesteCIM, onde existem passes intraregionais e interregionais (entre OesteCIM e AML).
    • A única menção que encontrei dos nomes dos passes da OesteCIM foi no site da Barraqueiro do Oeste. Como tal, usei tal nomenclatura no exemplo 5.

Nota final sobre casos de uso

Friso, para terminar esta entrada, que, de um ponto de vista do consumidor de dados, ter estes dados estruturados desta forma permitirá “extrair” as várias interpretações supramencionadas nesta entrada de diário sem criar um esquema totalmente novo de etiquetas:

  • uma procura por operadora, usando a etiqueta operator, e mostraria a rede de operação;
  • uma procura por sistema de bilhética, usando a etiqueta network, e mostraria a abragência que um passe teria;
  • uma procura por marca, usando a etiqueta brand, e mostraria o todo da rede incluindo todas as redes de operação das operadoras que federam para formar a respetiva marca;
  • uma procura das rotas de transporte público que se encontrem inseridas numa dada região geográfica e mostraria que rotas estavam a abranger essa mesma região.

Post Scriptum: Todos os links para sites externos ao OSM foram arquivados no Wayback Machine para futura referência.

Location: São Nicolau, Santa Maria Maior, Lisboa, 1100-038, Portugal

Mapeamento do Terminal Rodoviário do Campo Grande em Lisboa

Posted by FasterTracker on 15 June 2021 in Portuguese (Português). Last updated on 18 June 2021.

Esta recente demanda proseguida por mim consiste em ter a informação detalhada sobre todas as paragens das diferentes operadoras que operam no Terminal Rodoviário do Campo Grande recentemente realocado. Tal como era a situação anterior à deslocação, a este faltava-lhe informação crucial.

Detalhes introduzidos

Teve-se em conta as seguintes informações a introduzir no OSM:

  • operadora associadas à paragem (nome completo em operator=*)
  • rotas associadas à paragem (através da etiqueta route_ref=* )
  • número de cais (recorrendo à etiqueta loc_ref=* )
  • abreviatura da operadora em questão (usando a etiqueta ref:operator=* )

Operadoras

Este terminal aloja as seguintes Operadoras de Transportes de Passageiros:

  • Joaquim Jerónimo - Santo António (também conhecida por “Santo António - Barraqueiro”)
  • Rodoviária de Lisboa
  • Isidoro Duarte
  • Henrique Leonardo Mota
  • Mafrense
  • Ribatejana
  • Boa Viagem
  • Barraqueiro do Oeste
  • Rodoviária do Oeste / Rodoviária do Tejo

Sendo as suas abreviaturas, respetivamente:

  • JJSA
  • RL
  • ID
  • HLM
  • (não usado)
  • BV
  • BO
  • RDO

Nota-se que estas siglas, juntamente com os números de cais e números de rota, foram baseadas em painéis informativos encontrados no terminal e em um survey efectuado no local. Como tal, no caso da Rodoviária do Oeste e da Rodoviária do Tejo, estas partilham a mesma sigla pois no painel a sigla é a mesma apesar de aparentarem ser operadoras distintas. (Para uma possível explicação de assim o ser, ler mais aqui )

Frisa-se também que no caso da Isidoro Duarte e da Henrique Leonardo Mota existem rotas a serem partilhadas pelas duas operadoras (presente neste nodo ) como será o caso da rota Campo Grande -> Guerreiros (a qual ainda não se encontra mapeada).

Uma nota sobre a etiqueta network=*

Um aspeto muito importante que notei durante esta tarefa, o qual até deixo uma breve nota nos objetos em questão, é que a etiqueta network=* tem vindo ser usada erroneamente para indicar que uma dada paragem/rota pertence à “rede” da própria operadora da qual faz parte ao invés de uma rede mais abrangente. Por exemplo, as paragens da Carris atualmente estão mapeadas com a terminologia network=Carris + operator=Carris. A partir deste de exemplo se vê que a etiquetagem utilizada é redundante e não adiciona nenhuma informação nova.

No caso de Lisboa, a rede deverá ser, por exemplo, o sistema de bilhética em comum entre as várias operadoras que operam dentro da Área Metropolitana de Lisboa que até este ano (2021) era da competência da OTLIS. Como tal, ainda não existe um nome comum para esta dita “rede” pois esta terá, num futuro próximo, o nome de Carris Metropolitana.

EDIT: Foi-me notado que no caso do Porto, ainda que não esteja mapeado na sua íntegra, a etiqueta tem sido usada para indicar a rede intermodal “Andante” que inclui operadores rodoviários e ferroviários.

De forma análoga, o Lisboa VIVA desempenha o mesmo papel na Região de Lisboa enquanto a Carris Metropolitana, caso implementada, correspoderia apenas à rede rodoviária. Colocado nestes termos, fará sentido incluir as duas redes na etiqueta network pois existirão inevitàvelmente “casos bicudos” em que uma rede não está necessàriamente incluída na outra (e.g. passes combinados; carreiras interregionais; acordos com comunidades intermunicipais ).

Desse modo, no contexto do OSM, creio que usar a etiqueta network=Carris Metropolitana para designar este facto quando for estabelecida a entidade em questão seria mais indicado do que etiquetar da forma pleonástica abordada no exemplo supramencionado.

Por fim

Quero referir que esta tarefa alia-se com uma outra, de também autonomia própria, que é a de completar o Terminal Rodoviário do Oriente, o qual de momento carece de informação sobre as paragens que não sejam operadas pela Carris.

Location: Quinta do Lambert, Lumiar, Lisboa, 1700-238, Portugal