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Diary Entries in Brazilian Portuguese

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Como corresponder as variáveis do CNEFE 2022 com as etiquetas do OSM?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou a versão atualizada do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE 2022) e esta é uma proposta para correspondência entre as variáveis CNEFE 2022 e as etiquetas do OpenStreetMap.

Por Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e GeoCart-UFRJ)

O IBGE, orgão máximo da cartografia nacional brasileira, realizou o Censo Demográfico do Brasil 2022 e um dos produtos é a atualização dos dados do Cadastro Nacional de Endereços para fins Estatísticos (CNEFE 2022), que serve de referência para todas as pesquisas realizadas pelo orgão. Neste cadastro, estão integrados dados de regiões urbanas e rurais do país, mas o seu conjunto ainda apresenta inconsistências, que podem ser sanadas pelo mapeamento colaborativo.

Nessa via, o OpenStreetMap, a maior plataforma on-line de mapeamento colaborativo da atualidade, provê a estrutura necessária para a coleta e disseminação dos dados geoespaciais de logradouros, independentemente de sistema operacional ou equipamento do usuário.

Para realizar a importação dos dados do CNEFE 2022 para o OSM, uma das etapas de pré-processamento corresponde à compatibilização semântica entre as variáveis do CNEFE e as etiquetas do OSM.  Esta é uma proposta de correspondência entre as variáveis CNEFE 2022 e as etiquetas do OpenStreetMap (v. 1, 15 de outubro de 2024).

Download - https://zenodo.org/records/13937473

Ver o quadro on-line

Página dos resultados - CNEFE 2022/IBGE

Planilha original - CNEFE 2022/IBGE


IVIDES.org® é uma marca registrada.

IVIDES DATA é uma empresa de pequeno porte, sediada no Rio de Janeiro, de consultoria em tecnologia da informação.

GeoCart - Laboratório de Cartografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil).


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weeklyOSM está completando 10 anos e o conselho editorial agradece a todos os colaboradores!

O semanário Wochennotiz ganhou um edição multilíngue em 2014 e vem publicando as novidades do mundo do OpenStreetMap, a cada semana, fortalecendo a comunidade mundial da cartografia livre.

Por Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e GeoCart-UFRJ)

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Há 10 anos fortalecendo a comunidade global

O semanário, originalmente em alemão, Wochennotiz, ganhou uma edição multilíngue - weeklyOSM , e vem produzindo informes semanais sobre os avanços no OpenStreetMap, em diversas áreas de aplicação.

Em 2014, o semanário contava com uma equipe reduzida, que foi pioneira na tradução dos artigos para seis idiomas. Atualmente, a weeklyOSM conta com mais de cinquenta colaboradores, que criam, revisam e editam conteúdos, traduzidos para quinze idiomas. As seções atuais da publicação são:

  • Mapeamento
  • Comunidade
  • Fundação OpenStreetMap
  • Eventos
  • Mapas
  • OSM em ação
  • Dados abertos
  • Licenças
  • Software
  • Atualizações
  • Você sabia que…
  • OSM na mídia
  • Outros assuntos “geo”
  • Próximos eventos

Algumas apresentações

Assista à entrevista com os fundadores da weeklyOSM nesta direção. Parabéns para os fundadores, com destaque para Manfred Reiter (aka derFred), coordenador, TheFive, quem criou a plataforma OSMBC para edição dos artigos, e Laura Barroso, quem criou o APP para dispositivos móveis. Parabéns!


https://osmbc.openstreetmap.de/article/create (login com sua conta OSM)


Cartões comemorativos

Veja aqui a categoria na Wikimedia Commons com os cartões comemorativos, em diferentes idiomas.

card_divulg


Time Brasil

A equipe do Português do Brasil da weeklyOSM parabeniza por este importante marco! E agradece por fazer parte da história recente da publicação.

time_Brasil


IVIDES.org® é uma marca registrada. GeoCart - Laboratório de Cartografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil).


Mapeamento de ruas, passeios não formalizados. Árvores frutíferas.

Location: Granja Modelo, Riacho Fundo, Região Geográfica Imediata do Distrito Federal, Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, Região Geográfica Intermediária do Distrito Federal, Distrito Federal, Região Centro-Oeste, 72314-700, Brasil
Posted by Raquel Dezidério Souto on 26 September 2024 in Brazilian Portuguese (Português do Brasil). Last updated on 29 September 2024.
O IVIDES.org promoveu o Seminário em apoio ao Rio Grande do Sul, com a participação de cientistas que atuaram durante a fase crítica do desastre.

As apresentações de palestras incluíram abordagem sistêmica no planejamento ambiental; mapeamento colaborativo; softwares livres e dados abertos na redução de riscos de desastres; e geografia crítica.

Contexto

O estado do Rio Grande do Sul (Brasil) foi acometido por um dos maiores desastres socioambientais do Brasil, com 173 mortes, 478 municípios atingidos (do total de 497) e cerca de 2,3 milhões de pessoas afetadas, segundo os dados da Defesa Civil do Estado [1].

No entanto, a importância dos dados abertos e dos programas livres ainda não está clara para muitos gestores públicos e outros atores, o que leva à ineficácia das ações e das políticas de prevenção e mitigação dos danos causados por desastres. O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org tem realizado ações abertas ao público, há alguns anos, no sentido de contribuir para o aumento da conscientização a respeito das oportunidades proporcionadas pelo software livre e pelos dados abertos, em diferentes contextos. Nessa via, o IVIDES.org tem atuado também na formação de novos(as) mapeadores(as) do OpenStreetMap, mantendo um curso de capacitação on-line e completo, disponível em https://curso-osm.ivides.org, com emissão de certificados, duas vezes ao ano.

Durante o período do desastre ocorrido no Rio Grande do Sul, o IVIDES.org teve um papel importante no levantamento dos dados e informações, para auxiliar na campanha de mapeamento e na sua disponibilização na Wiki OSM. Para colaborar com a campanha de mapeamento colaborativo, foi disponibilizado o projeto 16706, na plataforma HOT Tasking Manager, tendo a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas como área de interesse. Este projeto permite que as pessoas de todo o mundo possam colaborar para completar os dados sobre edifícios, vias e hidrovias, em uma das regiões mais afetadas pelo desastre. O mesmo projeto foi utilizado na oficina de mapeamento de waterways no OSM, realizada em 10 de maio de 2024, ministrada por Séverin Ménard, em uma fase crítica do desastre. Assista ao vídeo aqui.


Vídeos das sessões ao vivo

O Seminário em apoio ao Rio Grande do Sul é uma realização do Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org, em parceria com os capítulos YouthMappers UERGS e YouthMappers Unipampa. Agradecemos pelo patrocínio do Wiki Apoia, programa de apoio a iniciativas inovadoras, fomentado pelo Wiki Movimento Brasil - WMB.

Pessoas de diversos estados brasileiros e de Moçambique participaram das sessões, on-line e ao vivo, do seminário, acompanhando inicialmente as palestras no canal do IVIDES.org. Prevê-se a disponibilização dos vídeos editados e cópia das palestras em PDF, na Wikimedia Commons, sob a licença Creative Commons Attribution Share Alike 4.0 International (CC-BY-SA 4.0).


Primeiro dia - 25/09/2024 - Participação pública e abordagens sistêmicas para a redução de riscos de desastres Assista aqui ao vídeo.
  • Iniciativas de mapeamento colaborativo e comunicação por mapas, no suporte à gestão de desastre: enchentes de maio no Rio Grande do Sul Profa. Dra. Tatiana Silva da Silva (UFRGS) - PDF

  • Enfoque sistêmico para a gestão ambiental Prof. Dr. Milton Asmus (FURG) - PDF

  • Anoiteceu em Porto Alegre: percepção de riscos e planejamento urbano e regional Prof. Dr. Ricardo Dagnino (UFRGS)


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Segundo dia - 27/09/2024 - O desafio do mapeamento colaborativo frente a desastres complexos Assista aqui ao vídeo.
  • O Fomento à Ciência Cidadã na resposta a emergências Profa. Dda. Fabiane Wiederkehr (UERGS) - PDF

  • Dados abertos e programas livres para a redução dos riscos de desastres PD Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES DATA e GeoCart-UFRJ) - PDF

  • O poder e os desafios dos mapeamentos colaborativos na gestão de riscos de desastres Profa. Dra. Ivana Almeida de Figueiredo Jalowitzki (IESB) - PDF

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Resultados esperados com a realização deste evento
  • Despertar para a importância do mapeamento colaborativo, em diversos contextos, não apenas no da redução de riscos de desastres (RRD);

  • Despertar para a relevância dos programas livres e dos dados abertos, no âmbito da redução de riscos de desastres, como meio de facilitação das atividades relacionadas à prevenção e mitigação dos desastres;

  • Mapeamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, via tarefas de mapeamento, disponíveis no gestor HOT Tasking Manager (projeto 16706);

  • Documentar os dois dias de evento, sendo disponibilizados vídeos, fotografias e PDFs, com acesso público na Wikimedia Commons e nas páginas Wiki relacionadas; e

  • Ampla divulgação do material na página do IVIDES.org e nas redes sociais das universidades e grupos comunitários envolvidos.


Agradecimentos

A pesquisadora agradece aos participantes e palestrantes do evento, e à parceria com os capítulos locais do YouthMappers, UERGS e Unipampa, e com os grupos comunitários nacionais de mapeadores do OpenStreetMap, especialmente, ao grupo OSM RS e ao OSM Brasil. Também agradecemos a oportunidade de utilizar a plataforma on-line para gestão de tarefas de mapeamento colaborativo, HOT Tasking Manager, do Humanitarian OpenStreetMap Team. Agradecemos ao Wiki Movimento Brasil e Wikimedia Commons, que oportunizaram o patrocínio (dos brindes e do apoio técnico) e a publicação aberta do material audiovisual, gerado pelo evento, respectivamente.


Referência

[1] Dados para 10/06/2024. https://pt.wikipedia.org/wiki/Enchentes_no_Rio_Grande_do_Sul_em_2024


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Location: Vila Mariante, Venâncio Aires, Região Geográfica Imediata de Santa Cruz do Sul, Região Geográfica Intermediária de Santa Cruz do Sul - Lajeado, Rio Grande do Sul, Região Sul, Brasil
O IVIDES.org participou da edição do evento global do OpenStreetMap, que foi realizado em Nairobi (Kenya)

As pesquisas que estão em andamento foram apresentadas no evento que reuniu os mapeadores do OSM em terras africanas

SotM 2024

Tivemos grande satisfação em participar do SotM 2024, que foi realizado na cidade de Nairobi (Kenya), e mostrar parte das pesquisas que estão em andamento. Dois pôsteres foram apresentados e mais uma sessão auto-organizada (self-organized session), com os resultados parciais de três projetos, especificamente:

  • Plataforma colaborativa de mapeamento das zonas costeira e marinha;
  • HUB YouthMappers Rio de Janeiro (Brasil) - orientação e suporte técnico;
  • Plataforma colaborativa de infraestrutura para redução de riscos de desastres na cidade de Maricá (Rio de Janeiro).

🦒 Apresentação oral

Mapping the Infrastructure for Disaster Risk Reduction with OpenStreetMap, uMap and WordPress

PDF da apresentação Link para o projeto

Keynote "Mapping the Infrastructure for Disaster Risk Reduction with OpenStreetMap, uMap and Wordpress" to the SotM 2024 Nairobi, Kenya, 2024-09-08. Dr. Raquel Dezidério Souto (IVIDES DATA, Brazil). PDF version.


🦒 Pôsteres

MAPA-ZCM: Collaborative map of the marine and coastal zones with OpenStreetMap and OpenSeaMap

PDF do pôster Link para o projeto

imagem poster


HUB YouthMappers Rio de Janeiro: teaching OpenStreetMap through university extension projects in Brazil

PDF do pôster Link para o projeto

logo YouthMappers Rio de Janeiro

imagem poster 2


🦒 Agradecimentos

A pesquisadora agradece aos(às) organizadores(as) do State of the Map 2024, pela oportunidade e parabeniza pelo excelente evento! Também agradece à parceria com as entidades participantes do HUB YouthMappers Rio de Janeiro, Brasil - UFRJ, UFRRJ, UERJ, UFF-Campos, UFF-Niterói e seus laboratórios associados. E, especialmente, ao projeto OpesStreetMap! E à comundidade africana de mapeadores(as), que são espetaculares!


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imagem Kenya

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Location: Sunview Estate, Woodley/Kenyatta/Golf Course ward, Kibra, Nairóbi, Nairobi, Nairóbi, 00202, Quénia
🎁 O OSM faz aniversário, mas quem ganha o presente é você!

O projeto mundial de mapeamento colaborativo OpenStreetMap faz 20 anos e você é nosso(a) convidado(a) para celebrar este momento importante! Mapeie e concorra a brindes!


logo_aniversario

https://ivides.org/20-anos-de-openstreetmap

APRESENTAÇÃO

Quatro oficinas serão realizadas, 100% on-line, com cerca de 2h cada, onde serão apresentados os fundamentos do OpenStreetMap para a comunidade. Atividades práticas também estão programadas, como a elaboração de mapas Web com uMap e mapatonas no gerenciador de tarefas (Tasking manager).

Esta iniciativa é promovida pelo Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável – IVIDES.org, em cooperação com os capítulos do HUB YouthMappers Rio de Janeiro. Agradecemos a todas as pessoas que apoiam as nossas atividades, às parcerias com o projeto internacional YouthMappers e com os grupos comunitários do OSM, no Brasil e no exterior; e, em especial, pelo patrocínio da empresa de TomTom, que proporcionou os vale-presentes, que serão sorteados no último dia de evento (vide o regulamento).

Com o evento, espera-se contribuir para disseminar o OpenStreetMap e demonstrar o mundo de possibilidades que são oferecidas com a base cartográfica mundial e os aplicativos relacionados.

AGENDA

16/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UNIPAR (PR) - Fundamentos do OSM e criação de mapa Web com uMap

20/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UNIPAMPA (RS) - OSM na redução de riscos de desastres (RRD) + mapatona

23/08 - 16:15-18:30 (UTC-3) - COPPE/UFRJ - III GSEA/I SIGSEA (RJ) - Fundamentos do OSM e criação de mapa Web com uMap

30/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UFF-Campos (RJ) - Fundamentos do OSM + mapatona + apresentação da TomTom

AGRADECIMENTOS

Os organizadores agradecem aos(às) mapeadores(as) colaboradores(as), que estão participando dos projetos de mapeamento. Também à parceria com as entidades participantes do HUB YouthMappers Rio de Janeiro, Brasil - UFRJ, UFRRJ, UERJ, UFF-Campos, UFF-Niterói e laboratórios associados. À TomTom, que patrocina os dois vale-compras que serão sorteados no último dia das comemorações. E, especialmente, ao projeto OpesStreetMap!


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TomTom

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou uma enchente histórica. No interior, rios varreram construções e estradas às suas margens em cidades pequenas, e muitas pontes desabaram, criando caos e desafios logísticos na circulação intermunicipal. No começo achei que as pontes principais seriam reparadas logo e que as das rotas menos críticas continuariam danificadas por mais tempo, por isso não valeria a pena mudar o mapa, preferimos mapear informações mais permanentes. Mas logo o evento tomou proporções sem precedentes. O lago Guaíba superou o récorde de 1941, submergindo centenas de ruas na região metropolitana e gerando centenas de milhares de desalojados. Nesse período, retomei o trabalho remoto, cuidei de um familiar doente, ajudei um parente a sair do caos da Cidade Baixa quando foi anunciado que iria inundar, ficamos sem água em casa por uma semana (ainda bem que pude recorrer à doação de água potável das Fontes de Belém). Foi então anunciado que as águas demorariam semanas para baixar. Notando a fragmentação e imprecisão das informações oficiais, a instabilidade de serviços essenciais, as falhas em mapas comerciais em lidar com a situação, e preocupado que poderia precisar saber dos detalhes no caso de uma emergência, conversei com a comunidade local pra ver se alguém iria se opor e então decidi começar a mapear a nova realidade num lugar só: no OSM. Com o tempo, a Lagoa dos Patos também subiu, inundando as cidades ao seu redor. As últimas ruas afetadas em áreas urbanas só secaram no final de julho, e várias cidades da serra ainda tentam se recuperar da destruição, com pontes destruídas, pontes provisórias canceladas, balsas inoperantes, estradas obstruídas por deslizamentos, entre outras situações.

No início desse caos, o roteamento dos mapas comerciais frequentemente me guiava por vias alagadas intransitáveis, assim como fizeram nas enchentes no Sudeste em 2020. Para mim, isso aconteceu muitas vezes perto do bairro Praia de Belas, onde houve um misto de vias alagadas e vias transitáveis intercaladas.

Ruas submersas na enchente de 2024 em Porto Alegre

Em Porto Alegre, esses mapas inicialmente bloquearam o roteapento só em vias arteriais, gerando rotas que serpenteavam desviando por vias locais ainda alagadas. Pode ter ocorrido porque a EPTC divulgou um mapa de bloqueios com uma abordagem mais didática (marcando só cruzamentos em vias arteriais), que os mapas comerciais interpretaram literalmente. Algo similar ocorreu mais tarde com o mapa oficial dos bloqueios nas estradas. Com o tempo, os mapas comerciais também bloquearam vias locais na área afetada, mas muitos bloqueios foram removidos cedo demais por políticas automáticas desses sistemas, mesmo em vias arteriais, enviando usuários como eu por ruas ainda alagadas. Depois de uns dias, um desses sistemas começou a exibir um alerta de inundação em qualquer rota que passasse por um município atingido, mesmo que a rota estivesse a dezenas de quilômetros da área afetada. Isso evidenciou que esses sistemas confiam em dados imprecisos e não têm acesso a imagens aéreas atualizadas nem realizam levantamentos regulares nos locais afetados. Enquanto muitos bloqueios eram liberados prematuramente no Waze, no Google Maps as pontes e desvios provisórios permanecem sem mapeamento depois de meses. Esses mapas sabidamente têm parcerias com prefeituras e governos e por isso sáo concorrência desleal pro OSM, já que os dados fornecidos a eles não são publicados de forma agregada em outros canais.

O mapeamento teve duas fases: uma de mapeamento de bloqueios (inserção de access=no, ou no caso de queda de pontes, substituição de highway por destroyed:highway) logo após o início da enchente, e outra, mais recente e lenta, de mapeamento de desbloqueios (remoção de access=no). Na primeira fase, mapeei estradas bloqueadas usando imagens de baixa definição, com as quais tive que ser conservador, sem alterar vias onde não tinha certeza se estiveram alagadas. Depois, usei algumas imagens de alta resolução, principalmente na área metropolitana. O mapeamento foi diferente no interior, onde dependi de fontes alternativas confiáveis, e na capital, onde é relativamente fácil para mim verificar a situação diretamente, adicionando pequenos desvios às minhas atividades cotidianas. Tal como fiz nas enchentes de 2023, adicionei também a etiqueta damage:event:wikidata=Q125772990 para que fosse possível identificar as vias que precisam de revisão. Sem isso, seria impossível diferenciar as vias afetadas por esse evento e as vias que já eram bloqueadas antes por outras razões. Alguns mapeadores começaram a mapear esses bloqueios sem adicionar essa etiqueta, e quando percebi, acrescentei para não cair no esquecimento e manter tão organizado quanto possível. Em futuras crises de menor proporção que não tenham um identificador wikidata associado, talvez se poderia usar a etiqueta access:temporary=yes para ajudar a revisar, mas é pouco usada e não tem nem artigo no wiki.

Na capital, em maio e no início de junho, fiz três levantamentos em campo usando o OruxMaps para me orientar (seguindo um plano de rota feito antes no JOSM) e o bom e velho OsmTracker para esboçar os novos limites das inundações em Porto Alegre. Como já tinha feito várias vezes antes, quando comecei, inventei na hora um código textual simples, basicamente acrônimos das iniciais de frases como “ao norte, alagado, ao leste e ao sul, livre” (NA,LSL), e basicamente dirigi pelas ruas seguindo o contorno anterior procurando os novos limites. O percurso começando pelo Sarandi, seguindo até o bairro São João, de lá até o Centro e terminando no Menino Deus levou em média 3 a 4 horas. Ao abrir esses tracklogs anotados no JOSM, pude deduzir facilmente os novos contornos da inundação para atualizar o mapa corretamente. Quando as principais estradas foram reabertas e com novos relatos de que a água estava baixando, realizei levantamentos adicionais em Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo em junho e julho. Em São Leopoldo, um mapeador estava verificando e desbloqueando uma área relativamente grande, mas parou na metade do processo e não mapeou mais desde então. Em Lajeado, outro mapeador fez alguns desbloqueios, achei que era um mapeador local, mas as edições seguintes hoje me deixam em dúvida. Nesses levantamentos, me envolvi em dois pequenos acidentes de carro: uma colisão traseira em Ipanema (a pessoa deu ré sem me ver), e outro do lado do aeroporto quando a roda dianteira esquerda do meu carro caiu num buraco profundo sem sinalização feito para apoiar grandes máquinas de drenagem. As cenas durante esses levantamentos eram desoladoras. Toda a margem do rio do Centro Histórico até o bairro São Geraldo esteve por semanas sem energia e silenciosa à noite, com um cheiro de material orgânico apodrecido que entrava no carro mesmo com o ar condicionado desligado e as janelas fechadas. Ocasionalmente, eu via pessoas com lanternas andando ou navegando pelas ruas alagadas no escuro. Mais tarde, as ruas recém-secas tinham lama e poeira fedida e entulho doméstico dos esforços de limpeza das casas.

No interior, tive que recorrer a outros métodos. Relatos orais sempre foram muito imprecisos, então, usei-os só para priorizar a pesquisa por mais informações. Cruzei todas as informações que hangariei com fotos e vídeos de diferentes mídias locais e redes sociais, feitos tanto no chão quanto do ar com drones, por moradores e diferentes tipos de interessados. Como a maioria dessas informações não incluía uma descrição exata do local a que se referiam, esse cruzamento foi essencialmente um trabalho de detetive: procurar nos registros fotográficos indícios (ex. placas, edificações, elementos da paisagem, características das vias como número e pintura das faixas, rachaduras no asfalto, etc.) que permitissem a geolocalização precisa. É controverso usar essas fontes para mapear, principalmente por causa da qualidade da informação, por isso redobrei a verificação para ter mais certeza do que estava fazendo, já que não achei outras fontes. Uma fonte específica filmou de carro várias áreas afetadas e tinha o hábito de mencionar o nome da rua em que estava a cada momento, o que ajudou bastante na geolocalização das filmagens (mas é preciso cuidar que essa fonte estava usando outro mapa, e por vezes o nome das ruas está incorreto qualquer que seja o mapa digital). Pouco depois surgiu o mapa oficial dos bloqueios nas estradas, mas tinha um misto de informações precisas e imprecisas (geralmente até 1km de erro, teve um caso a 30km do local correto) ou às vezes desatualizadas, e não incluía ruas e estradas municipais, nem mesmo as mais importantes. Inicialmente, tratei esse dado como os relatos orais. Também recebi relatos de outros mapeadores pelo Telegram; alguns foram relatos orais onde a pessoa transmitiu uma informação que ouviu de outros, outros foram comentários apontando para fontes de informações locais sem muita visibilidade que eu ainda não tinha achado. Deixei pro final casos mais difíceis pros quais só havia textos de prefeituras publicados em jornais, torcendo que mapeadores locais identificariam as localizações exatas antes de mim, mas isso raramente ocorreu. Um desses casos tardios foi o das estradas municipais de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do estado, onde os mapas comerciais estavam recomendando rotas por estradas municipais interditadas (não por enchentes mas por deslizamentos causados pelas mesmas chuvas que causaram as enchentes): além de a prefeitura reportar as vias bloqueadas sem dizer exatamente o trecho (e não foi possível resolver isso infelizmente), a maioria das vias rurais reportadas pela prefeitura não está identificada em mapas comerciais e também não estava no OSM, a busca no mapa oficial da prefeitura estava quebrada (nem olhei se já consertaram), e clicar em cada uma das estradas no mapa oficial levou muito tempo porque o aplicativo web é um tanto arcaico e pesado. Passei 2 dias procurando 5 estradas, extremamente frustrante.

No auge da inundação, cerca de 6.500 vias foram marcadas como bloqueadas no Rio Grande do Sul, principalmente vias locais na área metropolitana densamente povoada. Essa estatística pode contar uma via várias vezes se ela estiver particionada, então é uma estatística superestimada. É possível recuperar essas vias facilmente com diferentes consultas por data no Overpass, que também podem ser feitas de forma mais conveniente pelo JOSM:

[out:json][timeout:90][bbox:{{bbox}}][date:"2024-05-20T00:00:00Z"];
(
  way["damage:event:wikidata"=Q125772990][highway][access=no];
  way["damage:event:wikidata"=Q125772990]["destroyed:highway"];
  way["damage:event:wikidata"=Q125772990][highway=construction];
);
out geom;

O OSM é a única base de dados que eu conheço que tem essa informação minimamente consolidada em um só lugar. É provável que as autoridades também tenham algo parecido, mas nunca vi publicarem.

Quando a maioria quase absoluta dos bloqueios foi mapeada, os sistemas de roteamento no site do OSM (Valhalla, OSRM e GraphHopper) começaram a sugerir rotas coerentes quase sempre. Os desvios propostos pelo Valhalla quase sempre correspondiam aos sugeridos pelas autoridades (que também demoraram pra fazer tais sugestões). O OSRM é mais aventureiro e sugeriu mais desvios por estradas locais não-pavimentadas para reduzir a distância total, o que normalmente não é tão ruim depois de alguns dias de sol. Sem os bloqueios nas estradas locais, esse sistema, que é mais parecido com navegadores tradicionais offline, muito usados em campo onde não há sinal de telefonia celular, teria sugerido muitas rotas por vias alagadas que depois estiveram cobertas de lama por semanas. Se na capital os sistemas comerciais estavam falhando muito em contornar as vias submersas, no interior então muitas dessas estradas locais sequer chegaram a ser bloqueadas, provavelmente levando muita gente por rotas malucas enquanto o caos se desenrolava. Muitos devem ter ficado achando que não sabiam usar o seu GPS supermoderno. O OSM não necessariamente teria ajudado muito essas pessoas no início da crise porque sistemas como o Valhalla, o OSRM e o OsmAnd levam algum tempo para refletirem os mapeamentos (nesse momento o Valhalla é atualizado a cada ~2 dias, o OSRM a cada semana, e o OsmAnd a cada mês), mas certamente quando terminei de mapear os bloqueios eu estava confiando mais na qualidade das rotas dadas a partir do OSM do que nas do Waze e do Google Maps. Mesmo depois na fase de desbloqueios atrasados, eu sabia que de vez em quando me recomendariam uma volta um pouco maior mas não me mandariam por caminhos impedidos, perigosos ou ainda em situação de crise.

A fase de desbloqueios e reavaliação das novas condições foi similar, com informações mais escassas e geralmente atrasadas. Fontes como mídia e redes sociais, que antes reportavam muito os bloqueios, se mostraram menos propensas a relatar a normalização. Vídeos de drones como este ofereceram visões amplas que permitiram mapear tanto bloqueios quanto desbloqueios rapidamente, mas quase nunca permitiram avaliar se as vias estavam em boas condições como permitiam vídeos feitos do chão como este. Por essa época, o time humanitário do OSM (HOT) começou a mapear edificações nas áreas afetadas. Por sorte, muitas das minhas pesquisas me permitiram acrescentar ao trabalho deles a informação de quais edificações foram destruídas, visíveis nas imagens que ia encontrando. Pouco depois, como eu já esperava, a postura da comunidade passou a priorizar o desbloqueio das vias rapidamente; um mapeador chegou a propor desbloquear tudo sem verificar nada, correndo o risco de sugerir rotas por vias bloqueadas ou precárias. Então, passei a ter que confiar mais no mapa oficial dos bloqueios nas estradas para tentar acelerar um pouco esse processo, mas ainda hoje ele se mostra desafiador, por exemplo: na ponte no km 22 da ERS-441 em Vista Alegre do Prata, ele está indicando trânsito liberado mas sem permissão para veículos leves, caminhões, de emergência e de ajuda humanitária, o que é uma contradição; a mídia local reportou duas semanas atrás que foi inaugurada uma ponte provisória a 200 metros da ponte que caiu nesse local, sem restrições ao tráfego de veículos. Além disso, o mapa oficial marca a posição da antiga ponte sobreposta ao Google Maps, que segue desatualizado, sem informações sobre a geometria do desvio e da nova ponte, inferidos (provavelmente com alguma imprecisão) a partir das fotos da mídia local.

Em agosto de 2024, as autoridades continuam trabalhando na recuperação e reparo dos danos, com o fim de algumas obras importantes previstas só para o primeiro semestre do próximo ano. 988 vias ainda estão mapeadas como bloqueadas, quase todas vias locais em áreas rurais remotas onde novas imagens e relatos locais são escassos. Prevendo essa escassez de informação, ainda em maio eu já tinha me preparado para focar o esforço de verificação em vias de alta classe (secundárias, primárias, troncais) (isso só faz sentido no RS porque as rotas intermunicipais e as vias urbanas das principais cidades estão bem classificadas, refletindo sua importância real). Foram confirmados recentemente o único bloqueio mapeado em troncais, os 4 em primárias e 4 dos 6 em secundárias (e os outros 2 não afetam quase nenhum deslocamento). E com raríssimas exceções, as outras vias terciárias e locais bloqueadas têm pouco ou nenhum tráfego registrado no Strava. Com a falta de mapeadores locais realizando levantamentos em campo, talvez seria razoável, eventualmente, onde restarem só vias locais bloqueadas, e exauridas as fontes alternativas de informação, propor o desbloqueio dessas vias restantes mesmo sem verificação, assumindo que o roteamento tende a evitá-las, e com isso limitar o número de casos de roteamento por caminhos ruins ou inseguros.

Adendo: em 17/08/2024, foi publicada no OpenAerialMap uma imagem de satélite atualizada do INPE na região de Lajeado, Sinimbu e Candelária. Desbloqueei algumas vias que parecem em condições mínimas, mas muitas das vias bloqueadas no mapa ainda parecem cobertas de lama, detritos ou sob deslizamentos em 18/08/2024.

Adendo em 14/10/2024: após revisar imagens recentes do Sentinel-2, o número de estradas bloqueadas caiu para menos de 200. As imagens são de baixa resolução, então nem sempre é possível ter certeza de que estão trafegáveis, e raramente é possível saber as condições de trafegabilidade após a inundação, mas é a melhor informação disponível.

Location: Centro Histórico, Porto Alegre, Região Geográfica Imediata de Porto Alegre, Região Metropolitana de Porto Alegre, Região Geográfica Intermediária de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Região Sul, Brasil
O OSM faz aniversário, mas quem ganha o presente é você!

O maior projeto de mapeamento colaborativo global, OpenStreetMap, está completando 20 anos!

Para comemorar, o IVIDES.org promoverá uma série de oficinas, destinadas ao treinamento de novos mapeadores(as) e prática dos(as) demais participantes, em diferentes universidades do Brasil.

Para participar, basta preencher o formulário, uma única vez, e receber, por e-mail, os avisos das quatro atividades programadas, na véspera da data de cada evento.

https://ee.kobotoolbox.org/x/IvoihsNm

No último dia de evento, 30/08/2024, serão sorteados dois vale-presentes, para serem utilizados na compra de livros, entre aqueles que participarem de dois dos quatro encontros.

Esta é uma iniciativa do IVIDES.org, em parceria com o HUB YouthMappers Rio de Janeiro e colegas mapeadores(as) de todo o Brasil e de países amigos. Agradecemos à TomTom pelo patrocínio dos vale-presentes.

Não perca a oportunidade de colaborar com este projeto vencedor!

AGENDA

16/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UNIPAR (PR) - Fundamentos do OSM e criação de mapa Web com uMap

20/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UNIPAMPA (RS) - OSM na redução de riscos de desastres (RRD) + mapatona

23/08 - 16:15-18:30 (UTC-3) - COPPE/UFRJ - III GSEA/I SIGSEA (RJ) - Fundamentos do OSM e criação de mapa Web com uMap

30/08 - 10:00-12:00 (UTC-3) - UFF-Campos (RJ) - Fundamentos do OSM + mapatona + apresentação da TomTom

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Importação de dados de Brusque / SC

Contatei o Setor de Geoprocessamento da Prefeitura de Brusque, solicitando a gentileza de fornecer dados das edificações e números de porta, da cidade, para melhorar as informações no OSM.

Fui atendido pela Camila da Silva, Coordenadora do GeoBrusque.

Ela consultou o seu Diretor e ambos autorizaram e forneceram arquivos digitais (shp):

  • Limite bairros
  • Edificações (geometrias)
  • Números de porta

Iniciei os trabalhos, ajustando manualmente cada ponto de cada um dos bairros, conforme o arquivo oficial enviado.

Posteriormente, será feita a importação e conflação com os dados existentes no OSM.

Esta etapa de importação será detalhada numa página wiki, que estará sendo criada e reportada aqui.

Também serão disponibilizados os links com os arquivos.

Esta publicação é para dar publicidade à excelente contribuição da Prefeitura de Brusque / SC, em colaborar com o OSM.

Também, demonstrar que existem órgãos públicos de qualidade nesse país, que participam dos projetos que trazem ganhos para a população.

Parabéns pela atitude do Município de Brusque e registro aqui, nossos agradecimentos em nome da Comunidade Openstreetmap Brasil.

Treinamento teve foco na representação de feições com dados do Censo Demográfico 2022 (Brasil) e da cartografia social realizada no estado

IVIDES.org promoveu uma oficina híbrida sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap e criação de mapa Web com uMap, para turma de estudantes de geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e o público em geral.

Na oficina, foram mapeados dados de estabelecimentos educacionais*, de três cidades cearenses - Paracuru, Caucaia e São Gonçalo do Amarante e de cartografia social**, com demonstração da criação de mapa Web com uMap, contendo camadas estáticas e dinâmicas, e com personalização de ícones.

No programa do treinamento, foram abordados: conceitos importantes de mapeamento colaborativo; modelo de dados, editores e aplicativos para dispositivos móveis, download e upload de dados do OSM; e três plugins para QGIS, importantes na criação de mapas estáticos. Além disso, foi mostrado rapidamente como utilizar o editor iD e consultar as etiquetas na Wiki OSM Map Features e no próprio editor.


Os arquivos da oficina e um roteiro para prática estão disponíveis em português, na pasta virtual. O vídeo gravado da sessão pode ser encontrado no canal IVIDES no YouTube

sessao UFC 1

sessao UFC 2

mapa Pici

Fortaleza, Ceará, Brasil.

Fontes dos dados da oficina:

* Censo Demográfico do Brasil (2022)

** Projeto de pesquisa de doutorado de Regina Balbino, integrante do Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social (LABOCART-UFC) e candidata a doutora pelo PPGEO-UFC.

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Location: Centro, Fortaleza, Região Geográfica Imediata de Fortaleza, Região Geográfica Intermediária de Fortaleza, Ceará, Região Nordeste, Brasil

Mapeamento colaborativo com OpenStreetMap será realizado para avaliar aspectos relacionados à sustentabilidade de região estratégica para o país


convite

Este é um projeto promovido pelo Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável – IVIDES.org® e integrado à plataforma de iniciativas para alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mantida pelas Nações Unidas.

A iniciativa, denominada Sustainable Brazilian Ocean and Coasts Initiative - Scientific community, OceanAction43529, conta com a participação da população e utiliza apenas software livre.


INSCREVA-SE AQUI para participar do piloto de mapeamento.

A pesquisa objetiva disponibilizar uma plataforma colaborativa para mapeamento de aspectos positivos e negativos das zonas costeira e marinha do Brasil, utilizando a base cartográfica digital OpenStreetMap.

Na primeira fase da pesquisa, em 2023, foi realizada uma consulta pública, a respeito de dois conjuntos de ícones para mapeamento, sobre a sua capacidade de comunicar o aspecto a ser representado.

Na segunda fase, 2024, está programada a realização de um mapeamento piloto, para teste da plataforma. Para tanto, foi disponibilizado um formulário eletrônico, desenvolvido com Enketo KoboToolbox, para inscrição dos(as) interessados(as), até 15 de julho de 2024, 23:59 (UTC).


INSCREVA-SE AQUI para participar do piloto de mapeamento.

Entre as feições a serem mapeadas, estão, por exemplo: (i) positivamente: posto de reciclagem, área marinha protegida (ou outras unidades de conservação), ponto para disposição adequada de lixo, posto de salva-mar, posto de informações para o turista etc; (ii) negativamente, os locais de ocorrência de derrame de petróleo (ou outros resíduos perigosos), de pesca ilegal, de despejo de esgoto in natura no ambiente, de extração ilegal de areia (ou outros minerais) etc.

A Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e UFRJ), coordenadora da pesquisa e responsável pelo desenvolvimento do sistema, salienta que a iniciativa tem por objetivo, avaliar a aplicabilidade do mapeamento colaborativo aberto, na inferência sobre o estado das zonas costeira e marinha, contando com VGI (volunteered geographic information).

O desenvolvimento de metodologia para ajudar a promover a sustentabilidade desta importante região é uma das etapas finais do estágio pós-doutoral, que a pesquisadora realiza há cinco anos, junto ao Programa de Pós-graduação em Geografia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG-UFRJ).

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Este é o quarto entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário diz repeito a ida para a sede da EScola Pernambucana de Circo, no Alto do Burity, Recife/PE http://u.osmfr.org/m/757844/ .

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

A principal motivação para ter ido ao Alto do Burity, no bairro da Macaxeira, foi a de entrevistar um representante da Escola Pernambucana de Circo, um ponto de cultura com alta incidência nas ações sociais nos morros da zona norte do Recife. A escola fica em uma avenida transversal à Avenida Norte, a Avenida José Américo de Almeida, onde há de um lado, o mesmo da Escola Pernambucana de Circo diversos comércios, como mercadinhos, pet shops, quitandas, lava jato e no lado oposto alguns prédios “caixão” que formam os conjuntos residenciais: Aquarela, Matias Cardoso de Almeida, Apipucos e Cidade Recife. A avenida segue ladeirada subindo para a parte efetivamente alta do Burity e segue até o limite com o Córrego da Areia.

alt=Fachada da Escola Pernambucana de Circo

Enquanto o meu interlocutor, o coordenador pedagógico da Escola, não chegava, o esperei num grande salão central na sede do ponto de cultura, equipado com equipamentos para impulsionar saltos, testar equilíbrio em fios e tecidos e um grupo de oito pessoas ensaiava, fazendo exercícios físicos inerentes as atividades citadas. Depois, durante a entrevista, ele me falou que aquele grupo é uma trupe, a Trupe Circus, que é o grupo que se apresenta em nome da Escola na sede e em outros locais também, formado por ex-alunos dos cursos promovidos por lá. Eles ensaiam diariamente pela manhã, enquanto à tarde, o espaço é ocupado pelos alunos iniciantes, formado por crianças e adolescentes que aprendem as primeiras habilidades para atuar nas artes circenses.

alt=Foto do salao de treino onde tambem sao realizados os espetaculos

Fui recebido no escritório, na parte superior do prédio. Chegando lá, meu locutor passou cerca de 45 minutos conversando sobre a conjuntura política do país. Depois desse tempo, enfim, começamos a entrevista, ainda com respostas muito longas por parte dele, de maneira que precisamos remarcar pra continuar a entrevista em outro momento, pois o mesmo tinha um compromisso cujo horário se aproximava. Pedi então para fazer algumas fotos e vi que lá da sala em que estávamos há uma vista privilegiada dos morros, ao pedir autorização pra ele pra fazer uma foto, ele me indicou o topo do prédio, que é acessado por uma escada e de fato propicia uma visão deslumbrante dos morros que ficam na confluência entre os bairros da Macaxeira e Nova Descoberta.

alt=Vista da escada no topo da sede da escola pernambucana de circo 1

Depois ele me mostrou as outras instalações do espaço que são compostas de salas para armazenamento de material (pernas de pau, bolas de equilíbrio, acessórios de palhaço, bambolê, instrumentos, material de cenário, etc). No salão ainda é possível identificar uma arquibancada que, segundo o meu interlocutor é reforçado por cadeiras ao redor do salão, podendo receber até 150 pessoas e chama a atenção o teto, com várias estruturas para se equilibrar. Ao final, ficamos de marcar outro momento para completarmos a entrevista e segui rumo a Avenida Norte para tomar o caminho de volta.

alt=Aparelho para treinar equilibrio na corda

alt=bamboles - bicicletas de uma roda soh - pinos para acrobacias 2

alt=Bolas de equilibrio circense

alt=Equipamentos da parte alta

alt=Sapastos de palhaco no deposito

alt=Tecido para treinar equilibrio no alto de vermelho

alt=Arquibancadas para acomodar o publico com pula pula profissional ao fundo

Oficina sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap foi realizada para turma de estudantes da UCM


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento colaborativo com OpenStreetMap (OSM) para uma turma de jovens estudantes, do curso de Mestrado em Sistemas de Informações Geográficas, da Universidade Católica de Moçambique.

Na oficina, foram abordados: conceitos importantes de mapeamento colaborativo, modelo de dados, editores e aplicativos para dispositivos móveis, download e upload de dados; e demonstração de uso do editor iD e dos plugins do QGIS (OSMDownloader, QuickOSM e QuickMapServices).

Os arquivos da oficina e um roteiro para pŕatica estão disponíveis em português, na pasta virtual.

sessao para UCM

geolocalizacao UCM

https://www.openstreetmap.org/node/9735481224

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IVIDES.org promoveu oficina para ensinar a mapear feições ecologicamente importantes


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento de árvores e cobertura vegetal utilizando o OpenStreetMap, a maior base cartográfica colaborativa da atualidade.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9e/Renderiza%C3%A7%C3%A3o_da_vegeta%C3%A7%C3%A3o_no_OSM.png

Na oficina, foram mostradas as etiquetas utilizadas para mapear árvores e cobertura vegetal no OpenStreetMap, além de destacar as iniciativas especiais, como o Environmental OSM.(OSM Ambiental), o mapeamento de árvores de Paul Dassori (OSM Latam) ou o esquema de conjunto de etiquetas proposto por Pedro Tharg (OSM Brasil).


Na página das oficinas temáticas, encontram-se todos os recursos e o vídeo está disponível no canal IVIDES no YouTube.

Também foi mostrado como mapear nos editores iD e JOSM, além da apresentação do plugin FastDraw, que permite o desenho à mão livre no JOSM.

Editor iD

Editor JOSM

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Este é o terceiro entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário diz repeito a ida para a sede do Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife, no Alto José do Pinho, Recife/PE http://u.osmfr.org/m/749769/ .

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

No dia 19/04/2022 fui para a sede do Maracatu Estrela Brilhante no Alto José do Pinho, entrevistar Dona Mariana, presidente da agremiação. Meu interesse em entrevistá-la era por lá ser um ponto de cultura (então procurar saber sobre quais as benesses e limitações de participar do programa cultura viva), também para saber como a entidade se articula com outras do mesmo bairro e buscar pistas sobre uma certa concentração de alunos da turma de Recondicionamento de Computadores na Rua Avenca, que é uma rua transversal à Rua onde fica a sede do Estrela Brilhante que é a Rua Tuína.

Eu já tinha ido ao Alto José do Pinho algumas vezes, tendo como destino o Centro Dom João Costa. Assim, a parte que eu tinha explorado do bairro, eram as duas principais vias de acesso a partir da Avenida Norte (Rua Monte Horebe – sentido Mangabeira; e Valeriano Lobo – sentido Córrego do Bartolomeu) e as Rua Maragogi e Severino Bernardino Pereira, que são duas das ruas que concentram mais comércios, escolas, o terminal de ônibus, dividindo o espaço com as moradias. É uma área de ruas mais largas no bairro, ainda que com curvas sinuosas e diversos becos em suas transversais.

Contudo, para o setor do bairro onde fica a sede do Maracatu Estrela Brilhante, eu nunca tinha ido. Desci no terminal da linha Alto José do Pinho/Cais de Santa Rita e fui seguindo pela Severino Bernardino Pereira, no sentido oposto ao do Centro Dom João Costa, quebrei num beco que dava na Rua Avenca, segui pela Rua Avenca até o ponto de entrada na Rua Tuína, onde passa uma escadaria que vai levar à Rua do Rio, no limite com os bairros da Mangabeira e Bomba do Hemetério. Esta parte do bairro já possui ruas mais estreitas, onde predominam residências, com construções irregulares, algumas casas feitas em cima das outras, outras com reboco exposto, marcando uma área em que a vulnerabilidade social é mais acentuada.

Mais acentuada também é a presença do tráfico de drogas neste setor. Quando cheguei na esquina entre as ruas Avenca e Tuína, havia um movimento o qual eu suspeitei que fosse de tráfico de drogas, depois confirmado durante a entrevista com Dona Mariana. Contudo, como eram as pessoas que estavam bem na entrada da rua do Estrela Brilhante, os perguntei sobre onde ficava a sede do maracatu e eles me indicaram de pronto.

Ao chegar na sede, havia um movimento na entrada, como se fossem pessoas em algum tipo de reunião ou curso algo do tipo. Depois, ao indagar Dona Mariana sobre a atividade, ela me falou que era um curso de arte em cerâmica.

alt=Oficina de arte em cerâmica na sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Material oficina de arte em ceramica na sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Escudo e tambores na sede do Maracatu Estrela Brilhante

Como o barulho das pessoas fazendo o curso poderia atrapalhar a captação do áudio da entrevista, Dona Mariana me chamou para uma parte atrás da casa, onde pudéssemos ter privacidade e silêncio para a entrevista. Ela já havia me dito que também mora na casa. Esta parte em que ficamos, era uma espécie de barracão do maracatu: havia máquina de costura, adereços, cartazes, tambores, entre outros tipos de material necessários a agremiação. Desta parte da casa há uma vista bastante interessante, em que prevalece a vista do Alto do Pascoal.

alt=Alto do Pascoal da perspectiva do Alto Jose do Pinho no terraco da sede do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Adereços do Maracatu Estrela Brilhante

alt=Cartaz Yle Axe Oyaonira na sede do Maracatu Estrela Brilhante

Fizemos a entrevista, a qual eu não vou entrar em maiores detalhes porque ela foi transcrita na íntegra, mas sobre as minhas expectativas iniciais, digo que em termos de articulação com outras entidades do bairro, ela falou que não havia, talvez fruto de um certo isolamento no bairro, mais distante dos setores onde ficam as sedes do Centro Dom João Costa e da Escola de Samba Unidos do Escailabe, por exemplo, apesar da minha entrevistada do Centro Dom João Costa ter dito que tinha boa relação com o Estrela Brilhante, na ocasião, a pessoa não relatou como se dava essa boa relação. Pelo fato do Dom João Costa ser administrado pela igreja católica e o maracatu ser uma agremiação que cultua as religiões de matriz africana, pode ser que essa dita boa relação, seja no âmbito de haver tolerância religiosa, o que aliás, Dona Mariana citou como ponto positivo da sede ser no Alto José do Pinho, pois falou que, no bairro, a entidade, apesar de cercada por igrejas evangélicas é respeitada no seu culto, ao contrário de terreiros sediados em outros bairros, que ela citou, que chegaram a serem atacados por organizações evangélicas.

Também percebi certa confusão em identificar programas e repasses de verba de entes federais e estaduais na narrativa dela, sobretudo, sobre o programa Cultura Viva. Sobre a violência no bairro, Dona Mariana foi mais enfática do que outros entrevistados do Alto José do Pinho, relatando problemas com o tráfico de drogas, inclusive com membros e ex-membros do Estrela Brilhante, novamente atribuo essa visão ao contexto mais próximo ao tráfico no qual está inserida a sede do maracatu.

alt=Tambores de compensado e de macaíba do Maracatu Estrela Brilhante 2

Sobre a concentração de alunos do curso de Recondicionamento de Computadores advirem da Rua Avenca não consegui muitas pistas. Aliás, nem com o Estrela Brilhante, nem com o Centro Dom João Costa (que recrutou os alunos) e nem com o Professor das turmas. O que ficou marcado pra mim ao ir nessas imediações foi a já citada agudização do contexto de vulnerabilidade social e da presença do tráfico de drogas.

Ao final da entrevista seguimos por um corredor, entre o barracão lá atrás e a sala de entrada, onde se localiza uma espécie de terraço, novamente com uma vista muito interessante, onde se vê mais próximo parte da Mangabeira, mais adiante a Bomba do Hemetério e mais distante, os bairros do Arruda e Água Fria, com o estádio de futebol do Santa Cruz Futebol Clube, se destacando na paisagem. Quando me despedi de Dona Mariana as pessoas continuavam no curso de arte com cerâmica. Segui pelo mesmo caminho de volta e desci pela Rua Valeriano Lobo até a Avenida Norte.

alt=Vista da sede do Maracatu Estrela Brilhante Mangabeira - Bomba do Hemeterio - Agua Vria - Arruda

Location: Mangabeira, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Este é o segundo entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esse diário fala sobre duas datas, pois no dia 22/03/2022 fui fazer uma entrevista e acabei gravando da entrada do Córrego do Jenipapo até o local da entrevista http://u.osmfr.org/m/735905/.

A ideia inicial seria andar pelo entorno, mas estava chovendo muito, além do meu interlocutor estar coordenando uma campanha de vacinação no dia. Assim, retornei no dia 07/04/2022 para circular pelo entorno do Córrego do Jenipapo e fazer registros fotográficos http://u.osmfr.org/m/744616/

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue abaixo o diário de campo na íntegra, apenas com alterações de nomes pessoais, com o intuito de resguardar a identidade das interlocutoras:

Marquei com João (nome fictício) no dia 22/03/2022, ele foi aluno do curso de Recondicionamento de Computadores realizado no CRC/Marista em 2018 e também do curso de Produção Cultural Multimídia e Gestão em Produção Cultural Comunitária, oferecido pelo Instituto Intercidadania também durante o ano de 2018, no mesmo espaço em que ficava o Polo de Formação e Reuso de Eletroeltrônicos, nas dependências do Marista, na Avenida da Recuperação em Apipucos. Marcamos na sede do Conselho de Moradores do Córrego do Jenipapo. Foi um dia em que choveu muito na Região Metropolitana do Recife, especialmente no bairro da Macaxeira onde está localizado o Córrego do Jenipapo. Inclusive por pouco não desmarcamos a entrevista, pois no início do dia dois ônibus colidiram na entrada do Terminal Integrado da Macaxeira, o que casou muitos transtornos, com parte da operação tendo que ser realizada na parte de fora, nos arredores do terminal e gerando um trânsito que congestionou a Avenida Norte desde o bairro da Macaxeira até o bairro do Vasco da Gama. Contudo, mesmo sob forte chuva cheguei ao local da entrevista.

Chegando lá, estava havendo aplicação de vacinas contra a Covid-19 na sede do Conselho de Moradores, de maneira que a entrevista foi efetuada em meio aos isopores com as vacinas, as pessoas que estavam aplicando e as pessoas que estavam indo se vacinar. Mesmo com uma quantidade elevada de ruído, não houve comprometimento do áudio da entrevista. Contudo, eu também tinha o objetivo de realizar o registro fotográfico dos arredores, o que definitivamente, ficou inviável em decorrência das fortes chuvas. Com isso, combinamos que eu iria outro dia para fazer o registro fotográfico.

alt=track do percurso realizado neste campo

No dia 07/04/2022 fui, em um dia já ensolarado, ao encontro de João para fazer os registros fotográficos. A rua onde fica a sede do Conselho de Moradores é ladeirada, de maneira que ela desemboca no largo do Maracanã, local onde foi feita a foto acima, do dia 22/03/2022 quando choveu. Este largo é um centro comercial do Córrego do Jenipapo, abrigando mercadinhos, quitandas, bares, escolas, casas de frios, entre outros tipos de comércio e é também onde fica o terminal da linha Largo do Maracanã, que segue de lá para o centro do Recife.

Pegamos a escadaria subindo pelo Córrego do Maracanã até chegar ao Alto do Formoso onde eu buscaria então fazer os registro com as perspectivas: à oeste da Mata de Dois Irmãos e vias de circulação (Avenida da Recuperação, BR 101 Norte), equipamentos públicos (Upinha Dr. Hélio Ramos, Terminal Integrado da Macaxeira) e de espaços de sociabilidade (campo de futebol de várzea do Barreirão); à Sul o emaranhado de prédios na paisagem começando pelos de Casa Amarela e seguindo até os da zona Sul do Recife; à leste a visão dos morros da Zona Norte. Este foi o mote do registro cujas fotos seguem ao final do texto.

A sede do Conselho de Moradores também abriga uma geladeira-biblioteca, que fica na calçada da sede, o que permite o acesso dos moradores a biblioteca, mesmo quando a sede do Conselho está fechada. Na volta, paramos um pouco na sede, para descansar da subida e descida da escadaria e beber uma água, onde aproveitei para subir as fotos no Nextcloud (plataforma descentralizada de armazenamento de dados em nuvem).

Ali ficamos conversando sobre um curso chamado de Habilidades Sociais, que é ministrado aos sábados pela vice-presidente do Conselho de Moradores, pois observei um cavalete com o título do curso e alguns conteúdos a serem ministrados nele. Perguntei a João do que tratava o curso e ele disse que era um curso sobre como elaborar currículos, se portar e entrevistas de emprego e fazer encaminhamentos para vagas de trabalho. Edson explicou que a motivação para o curso era a de que os jovens, mesmo sabendo utilizar as tecnologias, muitas vezes não tinham a habilidade de elaborar um curriculum ou enviar e-mails formais pra entrevistas, nem se vestir adequadamente para os processos seletivos. Uma turma de 30 jovens assiste à aulas deste curso nos sábados lá na sede do Conselho de Moradores.

Depois João, cuja os pais eram agricultores do município de Buenos Aires na Mata Norte de Pernambuco, falou das expectativas que ele tinha quando jovem, a vir conhecer a tão falada “Capital”. Ouvia falar que era um lugar mais desenvolvido e que tinha de tudo e que um dia ele conheceria a Capital. Foi quando ele disse que a mãe veio primeiro pra Região Metropolitana do Recife, apoiada por familiares, e que depois ele veio para ficar em definitivo.

João também organiza algumas excursões para Toritama, no agreste pernambucano, um dos municípios que compõem o Polo de Confecções do Estado. Estas excursões da região metropolitana do Recife para municípios como Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe é muito comum, onde algumas pessoas compram vestuário para a sua própria necessidade e outras compram para revenda, especialmente nos meses que antecedem dezembro (por conta do uso e revenda dos vestuários para as festas de final de ano: natal, réveillon e demais confraternizações feitas nos finais de ano). Perguntei se ele tinha organizado as excursões no final de 2021, já que ainda haviam restrições a circulação de pessoas no Estado de Pernambuco, por conta da pandemia da Covid 19. Ele disse que sim, conseguiu realizar, pois mesmo com as restrições havia condições de realizar as excursões. Falou também que estava organizando para outros municípios e que estava tentando articular um para Triunfo, no sertão do Pajeú, no mês de julho.

Depois dessa breve conversa desci rumo ao Largo do Maracanã, com o objetivo de tomar o ônibus de linha homônima para o centro do Recife, mas chegando ao terminal, havia um ônibus parado e então perguntei ao motorista se estava saindo. Ele respondeu que não, que iria demorar. Então me dirigi à Avenida da Recuperação (pista local da BR 101 Norte, entre os bairros da Macaxeira e Apipucos), há cerca de 200 metros dali e peguei a linha Guabiraba/Córrego do Jenipapo, rumo ao centro do Recife.

alt=Ladeira do Alto do Formoso sentido Alto do Cruzeiro

alt=Geladeira biblioteca no Conselho de Moradores do Corrego do Jenipapo

alt=Geladeira biblioteca no Conselho de Moradores do Corrego do Jenipapo Aberta

alt=Perspectiva do Alto do Formoso avistando os morros mais perto com o Corrego da Areia mais proximo e os predios do Recife ao fundo 2

Location: Córrego do Jenipapo, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Região Geográfica Intermediária do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Este é o primeiro entre os diários de campo que compõem o caderno de campo da minha pesquisa sobre interações sociotécnicas nos Altos e Córregos da Zona Norte do Recife e sua área contígua em Olinda, cidades localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Mais detalhes sobre a pesquisa vocês podem ver na minha tese de doutorado, publicada em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48802. Para a tese a delimitação socioespacial foram os Altos e Córregos da Zona Norte do Recife, a parte de Olinda foi agregada depois da tese.

Os diários de campo foram realizados em minhas idas ao território objeto de estudo. Nessas idas sempre registrei o percurso com o aplicativo OSM Tracker. Esses tracks eu coloquei no uMap, esse é o link do track deste diário de campo http://u.osmfr.org/m/1079569/. Embora quase sempre o OSM Tracker seja bastante preciso, nesse caso ele traçou uma linha bastante estranha, que não condiz com o percurso percorrido. Contudo, ele reproduziu as andanças no entorno da Rua Camboriú, local onde concentrei a maioria das informações.

alt=track do percurso realizado neste campo

Segue o relato que escrevi na época, na íntegra:

Marquei com Roberto (nome fictício), aluno do curso de Recondicionamento de Computadores realizado no CRC/Marista em 2012, no terminal dos ônibus do Vasco da Gama, no Alto do Eucalipto. Os bairros que faziam parte de Casa Amarela até 1988 e foram desmembrados, formando os bairros da Mangabeira, Alto José do Pinho, Alto José Bonifácio, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Macaxeira, são subdivididos em córregos e altos. No caso do Vasco da Gama, um dos altos que fazem parte dele é o Alto do Eucalipto. Quando cheguei ao local Rodrigo estava acompanhado de mais um ex-aluno do CRC na época dela, que se apresentou como Junior(nome genérico), senti um certo constrangimento em dizer exatamente seu nome, por isso não perguntei, pois não tinha tanta relevância para a entrevista. Com isso entrevistei os dois, além de ter tido conversas informais com ambos, tanto no caminho para o lugar que eles escolheram pra eu entrevistá-los quanto na volta quando eles gentilmente me acompanharam de volta ao terminal para que eu tomasse o ônibus de volta pra casa.

De inicio devo colocar que o Alto do Eucalipto não é um local estranho para mim, já tinha ido outras vezes lá quando trabalhei na produção do curta metragem Sementes do Eucalipto https://www.youtube.com/watch?v=jIR7WlBFE38&t=227s , entre 2016 e 2017, também voltei ao local depois que o filme ficou pronto para a exibição na comunidade em 2018. Entretanto, eu sempre ia de carro com os outros rapazes que trabalharam no filme e entrávamos no bairro, vindos da Avenida Norte, direto pelo centro comercial do Vasco da Gama quando em seguida subíamos direto para o Alto do Eucalipto. Para esta entrevista fui de ônibus o que me permitiu ter uma visão completa do bairro do Vasco da Gama, passando por seus vários altos e córregos e tendo, em muitos dos pontos, uma vista muito interessante dos morros da zona norte, os da RPA 3 e alguns da RPA 2, em alguns pontos da pra avistar Olinda e em outros a paisagem de prédios que compõem os bairros localizados na planície da zona norte e oeste.

alt=Alto da Foice na perspectiva do Alto do Eucalipto

Quando marquei a entrevista com Rodrigo, pedi pra que ele me levasse a algum espaço público no bairro, onde pudéssemos gravar a entrevista com pouca interferência de barulhos. Falei em espaço público para não dar a entender que gostaria de ser recebido em sua casa, o que poderia incomodar a ele e aos outros residentes na casa. Eles escolheram um espaço cimentado no pé de uma escadaria onde havia a marcação de uma espécie de campo ou quadra, onde eles disseram que seria uma praça, chegando a ser inaugurada pelo prefeito e vereadores do bairro. Mas, além do espaço havia a marcação, aparentemente feita pelos moradores e luzes de led, o que Júnior e Roberto apontaram como única benfeitoria na suposta praça. Apontaram também que os moradores reivindicam uma área de proteção, pois as bolas caem nas casas dos vizinhos ou no barranco o qual a praça fica rente.

alt=Marcacao de quadra onde seria uma praca agora usada para a pratica do futtenis

No caminho fomos conversando informalmente, sobre as outras vezes em que estive no Alto do Eucalipto e sobre o amigo que nos colocou em contato. Este amigo em comum trabalhou como técnico em inclusão digital no CRC/Marista no momento em que Junior e Roberto foram alunos. Lá nos sentamos e começamos a entrevista. Tem uma barreira ao pé da área cimentada e um grande Alto em frente, que os entrevistados me disseram ser o Alto da Foice, que também faz parte do Vasco da Gama. Em certa altura da entrevista falamos sobre o Compaz Alto Santa Terezinha e eles o apontaram na paisagem, um prédio escuro destacado dos tons de marrom que prevalece, pela prevalência das telhas.

Enquanto fazíamos a entrevista, uma criança passeava com um passarinho na gaiola ouvia-se o vento correndo, o som de pássaros e motor de moto roncando longe. Num dado momento chegaram dois rapazes que aparentavam cerca de 16 anos de idade e começaram a enrolar um fumo em folha de seda. Os dois cumprimentaram meus interlocutores, depois perguntaram se tínhamos isqueiro. Diante da resposta negativa se retiraram do local. Fizemos a entrevista aí em clima de tranquilidade, quase isolados do bairro, de maneira que foi possível gravar o áudio limpo, tranquilamente.

Depois de cerca de uma hora nos retiramos em direção ao terminal de ônibus. Os rapazes que entrevistei cumprimentaram alguns transeuntes, como já estava perto das 17 horas, já havia movimentação de pessoas indo buscar as crianças na escola. Fomos no caminho conversando sobre os problemas do bairro, falta de oportunidades, falta de cursos profissionalizantes. Passamos por uma barbearia e Roberto comentou que é um serviço que tem apelo na comunidade, que seria bastante útil um curso ensinando essas habilidades se fosse realizado lá. Falou também que cursos na área de tecnologia também seriam muito importantes na área. Rodrigo e Júnior me apontaram uma barreira que deslizou entre 2009 e 2010, eles não souberam precisar o ano, em que Júnior quase se acidentou, mas escapou. Perguntei se houve mortes nesse deslizamento ele disse que não, mas que houveram muitos danos materiais nas casas.

No caminho, encontramos uma lixeira feita com carcaças de máquinas de lavar, o que mostra o potencial de criatividade em criar objetos com materiais que seriam descartados da população do bairro. Durante a entrevista Roberto havia mencionado a ausência de coleta seletiva e o fato dos moradores acumularem muita areia e entulhos no bairro, apesar da coleta de lixo passar diariamente. Ele destacou que a coleta não dava conta, porque rapidamente as pessoas sujavam.

alt=Lixeira feita com aproveitamento de carcassas de maquinas de lavar

Nesta caminhada Júnior falou que já tinha feito parte dos escoteiros. Roberto apontou a Unidade de Saúde da Família do bairro, dizendo que ela estava em vias de ser retirada do bairro e que a clinica geral que atende lá faz menos atendimentos que o necessário, que ela é famosa por atender menos e não dar conta da demanda por consultas da comunidade. Dias antes havia chovido no Estado de Pernambuco e eles falaram que após a chuva apareciam muitas tanajuras no Alto do Eucalipto. Tanajura é uma espécie de formiga com asas que tem, na sua parte traseira, bastante gordura. As pessoas costumam fritá-las com manteiga ou margarina e comerem misturada com farinha. A caça por elas se torna um evento, sobretudo para as crianças, que ficam tentando pegá-las com camisas. Júnior e Roberto falaram que até a pizzaria aproveitou as tanajuras e fez uma pizza inclusive mais cara. A pizza que normalmente custa entre 35 e 45 reais dependendo do sabor, estava sendo vendida por 58 reais quando acrescida da tanajura.

Por fim, eles ressaltaram que é um bairro tranquilo “comparado com outros altos”, essa é uma sensação que os moradores locais também já haviam me retratado quando estive lá para produzir o curta metragem. Eles não disseram quais altos seriam os opostos ao Alto do Eucalipto no quesito violência, mas durante a entrevista citaram o Alto Santa Terezinha e Alto do Pascoal como bastante violentos. Perguntaram se eu tinha ido lá e que eu tivesse bastante cuidado se fosse. Por fim, o caminho de volta no ônibus passando pelo mesmo percurso da vinda com movimento e paisagens de final de tarde no subúrbio do Recife.

Location: Vasco da Gama, Recife, Região Geográfica Imediata do Recife, Região Metropolitana do Recife, Região Geográfica Intermediária do Recife, Pernambuco, Região Nordeste, Brasil

Tutorial sobre mapeamento de waterways com plugin FastDraw

Oficina sobre mapeamento de feições importantes para a redução de riscos de desastres (RRD) no OpenStreetMap

Desastre no Rio Grande do Sul (Brasil) - uMap para apoiar as ações de enfrentamento

Oficina sobre mapeamento de waterways no OpenStreetMap

Oficina sobre criação de web map com uMap e dados do OpenStreetMap

Palestra sobre criação de web map com uMap e dados do OpenStreetMap

Oficina sobre importação de pontos de interesse (POI) no OpenStreetMap

Mini curso para a Defesa Civil (Brasil)

Oficina sobre mapeamento de pontos de interesse (POI) com OpenStreetMap

Special interview about Brazilian NSDI on the first anniversary of YouthMappers UFRJ

Entrevista especial sobre a INDE no aniversário de 1 ano do YouthMappers UFRJ

YouthMappers UFRJ receives the Women’s Participation Award!

YouthMappers UFRJ recebe o Women’s Participation Award!

Our participation in the Open Data Day YouthMappers at UFBA 2024

Nossa participação no Open Data Day 2024 do YouthMappers at UFBA

Web map do mapeamento colaborativo para redução de riscos e desastes (RRD)

Web map of colaborative mapping for the Disaster Risk Reduction (DRR)

Mapear POI no OpenStreetMap e exibir dinamicamente com uMap

Mapping POI in OpenStreetMap and displaying dynamically with uMap

Resultados do GIS DAY 2023!

V Olimpíada Brasileira de Cartografia incluiu o OpenStreetMap como parte de sua etapa prática

V Brazilian Cartographic Olympiad included OpenStreetMap as part of its practical stage

Geocodificação com OpenStreetMap

Mapeamento humanitário e OpenStreetMap

Location: Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, Região Geográfica Imediata do Rio de Janeiro, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Região Geográfica Intermediária do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Região Sudeste, Brasil

Mapeamento de cursos d’água facilitado com o plugin FastDraw para JOSM

Dra. Raquel Dezidério Souto (IVIDES.org e YouthMappers UFRJ)

Este tutorial visa orientar a utilização do plugin FastDraw para Java OpenStreetMap Editor (JOSM), que facilita muito o desenho das feições e possibilita o traçado sinuoso, típico dos cursos d’água.

1- Instalar o JOSM https://josm.openstreetmap.de/

2 - Abrir o JOSM e instalar os plugins FastDraw e OpenData em Editar -> Preferências -> Plugins

3 - Realizar a autenticação na conta do OpenStreetMap (https://osm.org)

4 - Ainda com o JOSM aberto, em Editar -> Preferências, ativar a caixa de verificação “Modo especialista”, realizar a autenticação no OSM (item Servidor OSM) e ativar o Controle remoto. Clicar em Aceitar, para que as mudanças sejam efetuadas.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Fig0_autenticacao_josm.png/800px-Fig0_autenticacao_josm.png?20240530024843

5 - Escolher uma tarefa a ser mapeada em https://tasks.hotosm.org/projects/16706, clicar em mostrar tarefas, clicar em um quadrado branco e em Colaborar. Informar seu nome de usuário e senha do OSM.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a9/Fig1_HOTOSM_TM.png

6 - No JOSM, a tarefa será mostrada com a marcação da área da mesma. Tudo o que está fora da área de mapeamento, aparece com hachuras (listras). Deve mapear apenas dentro da área.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/06/Fig2_area_tarefa_josm.png

7 - Clique em um dos pontos já mapeados (pode ser o ponto de uma linha também). Copie as coordenadas em Editar -> Copiar coordenadas. (caso não tenha qualquer feição mapeada ainda, crie um ponto e copie as coordenadas).

8 - Vá no uMap com os trechos de drenagem da região da bacia hidrográfica Taquari-Antas (RS, Brasil), em https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/desastre-rio-grande-do-sul-floods-2024-brasil_1064045, clique no ícone da lupa e cole as coordenadas para achar a área no mapa:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/Fig3_procura_umap.png

9 - Ainda no uMap, diminua o zoom (no ícone “-“ ou com a roda do mouse) e procure a cidade mais próxima, para a qual haja um trecho de drenagem no menu camadas. Para o exemplo que estamos utilizando, encontramos o trecho de drenagem de Sinimbu:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9c/Fig4_encontra_trecho_drenagem.png

10 - Clique no ícone de olho na camada para ativá-la e desmarque TODAS as demais camadas. Clique na seta para mostrar outros ícones (ainda no menu a esquerda) e depois, no ícone de compartilhamento:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Fig5_ativa_trecho_drenagem.png

11 - Realize o download do arquivo da camada do trecho de drenagem, escolhendo o formato .gpx:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/Fig7_baixar_gpx.png

12 - Volte ao JOSM (que continua aberto com a tarefa que escolheu no HOT Tasking Manager) e abra o arquivo .gpx, pelo menu Arquivo -> Abrir

13 - Clique com o botão direito na camada do limite da tarefa (Boundary for task…) no painel de camadas e em aproximar para a camada. Isso fará com que o JOSM aproxime para a área de mapeamento da tarefa que escolheu no HOT Tasking Manager, no início do processo. Agora, são três camadas no painel:

  • Camada dos dados OSM

  • Camada do limite da tarefa

  • Camada com o desenho do trecho de drenagem correspondente

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a0/Fig8_menu_camadas.png

14 - Selecione a camada OSM Data no controle de camadas e ative o plugin Fast Draw, clicando no ícone do lápis. Devem ser desenhadas as linhas apenas na área da tarefa. Desenhe com o Fast Draw SOBRE as linhas destacadas em lilás e pressione ENTER duas vezes para que o desenho seja finalizado. A linha assumirá a cor vermelha. Inclua a etiqueta correspondente para o curso d’agua. Pela Wiki OSM, o córrego (waterway=stream) tem a largura suficiente para que alguém salte e chegue na outra margem (~ até 3m) Tendo largura maior que isso, deve ser mapeado como rio (waterway=river). Para indicar a fonte destes dados, inclua uma etiqueta extra: source=SEMA-RS (2019). Para medir a distância, trace um segmento de reta de margem a margem e verifique a distância no rodapé da janela do OSM.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Fig9_icone_fast_draw.png

15 - Para verificar o sentido do fluxo do curso d’água desenhado, inclua a camada do OpenTopoMap, como imagem de fundo, no menu Camada -> OpenTopoMap. Se esta imagem estiver ruim, pode utilizar a camada OpenCycleMap. Se estas camadas não estiverem disponíveis, vá em Camadas -> Preferência das camadas. e ative as mesmas, para que apareçam no menu. Verifique as isolinhas de altitude (curvas de nível), se o curso d’água que desenhou segue da maior altitude para a menor altitude. Se estiver com o fluxo ao contrário, utilize o menu Ferramentas -> Reverter caminho (ou pressione a tecla R). Isso fará com que o fluxo fique na direção correta.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c0/Fig10_opentopomap.png

16 - Quando desenhar os cursos d’água, deve verificar também se as linhas estão conectadas (a), conforme o desenho abaixo. Caso não estejam, sobreponha os pontos finais de ambas as linhas (b) e utilize o menu Ferramentas -> Unir nós (ou pressione a tecla M).

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/Fig11_linhas_conectadas.png

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Fig12_linhas_merge.png

17 - Antes de enviar os dados (upload) para o OSM, utilize o validador do JOSM e corrija os erros relacionados aos cursos d’água, como falta de conexão entre os cursos ou direções erradas de fluxo. Por vezes, o validador acusa que o “curso d’água termina sem conexão com outro curso d’água”, mas nem todos os cursos d’água são conectados. Alguns cursos terminam sem conexão a outro ou terminam em um corpo d’água, como lagoa, p.ex. Avalie caso a caso.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/56/Fig13_resultado.png

18 - Após corrigir possíveis erros, realize o upload dos dados para o OSM, clicando no ícone da seta verde. Lembre de incluir os comentários sobre o que fez e indicar a(s) imagem(ens) de fundo que tenha(m) sido utilizada(s) (Bing, Esri, OpenTopoMap, OpenCycleMap etc). Não apague as hashtags que já estão incluídas, mas não comente apenas com hashtags.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Fig14_upload.png

19 - Após enviar os dados para o OSM, volte ao navegador, onde está aberto o projeto no HOT Tasking Manager e marque como SIM ou NÂO para “Esta tarefa está completamente mapeada?” e em Atualizar tarefa.


Referência do plugin (EN) - JOSM/Plugins/FastDraw


IVIDES.org® é uma marca registrada.

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Location: Centro Histórico, Porto Alegre, Região Geográfica Imediata de Porto Alegre, Região Metropolitana de Porto Alegre, Região Geográfica Intermediária de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Região Sul, Brasil

IVIDES.org promoveu oficina para disseminar a importância dos dados e softwares abertos no contexto humanitário


O Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável - IVIDES.org promoveu uma oficina sobre mapeamento de feições importantes no contexto da redução de riscos de desastres, utilizando o OpenStreetMap, a maior base cartográfica colaborativa da atualidade.

https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/capa_yt_oficina4.png

Na oficina, foram mostrados os conceitos relacionados ao contexto de desastres e mapeamento colaborativo; as principais características, vantagens e limitações do OpenStreetMap e de programas relacionados; uma lista preliminar de etiquetas a serem consideradas; além de dois estudos de caso de desenvolvimento de mapas web com uMap - mapeamento de infraestrutura para RRD em Maricá (RJ, Brasil) e mapeamento para apoiar as ações humaniárias relacionadas ao desastre em curso no Rio Grande do Sul (Brasil).


Na página das oficinas temáticas, encontram-se todos os recursos e a agenda.

O vídeo está disponível no canal IVIDES no YouTube.

https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/raquel.png


https://ivides.org/wp-content/uploads/2024/05/umap_estradas_bloqueadas_ftrebien.png

A lista abaixo inclui os produtos em desenvolvimento:

Informações para redução de riscos de desastres (RRD) no município de Maricá – Rio de Janeiro, Brasil - Wordpress + Leaflet + OpenStreetMap - dados validados e acesso restrito à edição dos dados (apenas equipe) - https://ivides.org/infomarica (em andamento)

uMap - Informações para redução de riscos de desastres - dados que já estão no OpenStreetMap e que são recuperados automaticamente e em tempo real (On demand) + algumas poucas camadas estáticas, como a camada de sirenes - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/infraestrutura-marica_1013950#13/-22.9521/-43.0010 (em desenvolvimento)

Desastre – Rio Grande do Sul Floods 2024- Brasil - página de apresentação do projeto de mapeamento colaborativo em resposta ao desastre em curso - conjuntos de dados disponíveis para download e dois uMaps para suporte informacional (abaixo indicados) - https://ivides.org/desastre-rio-grande-do-sul-brasil-2024 (em andamento);

uMap - Mapa das áreas inundadas (INPE / UFRGS) / Hidrografia (SEMA-RS) / Pontos de Interesse (POIs) - áreas generalizadas de inundação, geradas a partir dos dados inicialmente divulgados no Disaster Charter (INPE/UFRGS, Ativação para o Rio Grande do Sul) + mancha de inundação para Porto Alegre e adjacências (UFRGS) + trechos de drenagem da bacia hidrográfica Taquari-Antas + pontos de disponibilização de água potável + localização de pontes (OSM) - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/desastre-rio-grande-do-sul-floods-2024-brasil_1064045#9/-29.9526/-52.1631 (em andamento)

uMap - Mapa on demand situacional de bloqueio total de vias / Vias destruídas - dados de vias completamente bloqueadas (não inclui os pontos de bloqueio parcial, pois são eventuais e difíceis de serem monitorados) (OSM) + pontos de projetos de mapeamento colaborativo completados ou em andamento (camada estática) + pontes completamente destruídas (OSM) - https://umap.openstreetmap.fr/pt-br/map/situacao-vias-rs_1070918 (em andamento)

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